Seguros Unimed é anfitriã de evento que promove discussões sobre inovação, tecnologia, questões regulatórias e o cenário atual das cooperativas em todo o mundo
 

A Seguros Unimed, braço segurador e financeiro do Sistema Unimed, foi a grande anfitriã da 28ª Conferência ICMIF Américas, realizada pela primeira vez no Brasil, que também teve a Faculdade Unimed como co-organizadora. O evento ocorreu na última semana no Centro de Inovação e Espaço de Eventos Unimed-BH, idealizado pela Federação Internacional de Cooperativas e Mútuas de Seguro (ICMIF), que tem sede na Inglaterra, e também possui seu braço nas Américas, que engloba América do Norte, Central e do Sul. Cerca de 200 pessoas estiveram presentes, 12 países foram representados no evento que contou com 13 painéis e 20 horas de conteúdo. 


O primeiro dia do evento foi marcado por debates sobre como a tecnologia pode apoiar o crescimento das cooperativas. O presidente da Seguros Unimed, Helton Freitas, ressaltou na abertura a importância de debater, no Brasil, a prática de as cooperativas poderem atuar no mercado de seguros. Este cenário não é permitido pela legislação brasileira, mas é comum em outros países. “Esta conferência pauta a possibilidade de ampliarmos os nossos horizontes e expandir o escopo do setor de seguros no Brasil. Como executivo ligado ao sistema cooperativo brasileiro há mais de 35 anos, estou convencido do potencial imenso das cooperativas para oferecer soluções financeiras e de proteção a um público amplo”, avaliou o presidente da Seguradora.


Os presidentes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do Sistema Ocemg, Márcio Lopes Freitas e Ronaldo Sucato, respectivamente, também participaram da abertura. Ronaldo frisou a importância de o cooperativismo brasileiro estar vivendo este momento de troca com outras entidades internacionais. Freitas também enfatizou que a conferência é um marco. “Nós temos impedimentos legais e regulatórios para que as cooperativas atuem. Apesar de estarmos trabalhando com isso no Congresso, nós temos dificuldade de implementar o cooperativismo nas seguradoras do Brasil”, frisou. “Temos quatro mil cooperativas no Brasil e todas elas são usuárias de seguros. Eu acredito que a partir do momento que isso acontecer, nós teremos uma economia muito forte”, complementou.


Inovação

As mesas de debates colocaram a tecnologia como ideia central. A fundadora e CEO da Latu Insurance, Paola Neira, trouxe uma reflexão do porquê o seguro tem que ser reinventado neste momento de Inteligência Artificial (IA). “No mercado de seguros existe potencial para usarmos a tecnologia de IA, que pode ser usada para vários fins, incluindo para definir alguns critérios, como o do seguro de Responsabilidade Civil”, explicou.


Complementando as novas tecnologias, Ariel Scaliter, fundador e CEO da Agrotoken, reforçou como a blockchain pode trazer uma nova realidade para o mercado. “Existe uma tecnologia que me permite entregar qualquer coisa 100% confiável. Imagina unir blockchain com IA, no qual as pessoas não tenham dúvida, na qual o pagamento de seguro será cumprido. Imagina este mundo? Este mundo é o blockchain”.


Marcelo Smarrito apresentou o  case de como foi construído o SuperApp da Seguros Unimed, que atualmente também é usado por outras Unimeds. Ele contou sobre todo o modelo de construção – que começou com o nome de Go Digital -, de como a jornada do cliente foi mapeada até chegar à solução atual.


O segundo dia do evento foi marcado por discussões sobre sustentabilidade, gestão de pessoas, economia e diversidade e contou com painéis com representantes de Porto Rico, Panamá, Paraguai e Uruguai. As cooperativas trouxeram ações desenvolvidas para manter as pessoas no centro das suas estratégias. Sem elas, não é possível ter resultado com sucesso, de forma sustentável.


Discussões da ONU

A conselheira da Seguros Unimed, Ana Fontes, trouxe para o segundo dia temas que também foram abordados anteriormente na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. “Tivemos discussões muito fortes sobre o clima. A Amazônia legal está no centro desses debates. Qual será a participação das empresas em melhorar ou mudar a questão das emergências climáticas?”, questionou. “Não dá para as empresas acharem que o clima é só uma questão de Estado”, afirmou.


Por conta dessa necessidade de existir uma intersecção entre o social e o ambiental, ela frisou que as causas, pelas quais lutamos, precisam estar acima de qualquer interesse. “As marcas podem servir às causas. A pandemia uniu marcas concorrentes no Brasil para atuar em prol da sociedade. A gente consegue fazer isso. Mas não precisamos de uma pandemia para fazermos. Sei que não é fácil, quando se busca a lucratividade, mas é possível”, diz Fontes.


O tema também foi levantado no painel “Fornecer cobertura a todos os estratos econômicos da população”. “Fica claro que um dos nossos principais desafios são as mudanças climáticas. O mundo do seguro pode ser afetado por elas, como chuvas e secas em lugares que antes não havia. Para não ser impactado, precisamos trabalhar juntos”, disse Anthony Phillips, presidente da América Latina e Caribe da Guy Carpenter, cooperativa americana. A sustentabilidade também teve destaque. Uma pesquisa sobre como as empresas atuam e os principais gaps foi apresentada, considerando a necessidade de cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030.


Encerramento

O terceiro e último dia da Conferência da ICMIF trouxe como eixo principal um dos debates mais importantes do evento internacional. Um projeto de lei que tramita no Congresso e que permite que cooperativas se tornem seguradoras pautou grande parte dos debates realizados. Durante o painel “Regulamentação das cooperativas de seguros no Brasil”, foi possível discutir o assunto que contou com a presença do deputado federal, Diego Andrade e a mediação da superintendente da OCB, Tânia Zanella.

 

“No Brasil, a regulamentação não permite que as seguradoras atuem como cooperativa em sua totalidade, as limitações são muitas, ao contrário do que existe em outros países. Para se ter uma ideia, a participação do mercado mútuo global é de 26,2%”, explicou o presidente da Seguros Unimed, Helton Freitas, que também mostrou que os números reforçam porque o assunto precisa ser debatido. “Entre as vantagens que a aprovação do projeto de lei traria para os clientes, estão o aumento da concorrência no mercado de seguros, preços mais competitivos, maior diversidade dos produtos e serviços disponíveis aos clientes, entre outros”, explicou Freitas.


O fim do evento foi marcado também com uma apresentação da CEO do ICMIF, Liz Green, e de um painel que debateu as experiências das cooperativas em seguro-saúde.

 

Fonte: Seguros Unimed