Iniciativa teve o apoio da equipe de enfermagem da UTI Adulto do complexo hospitalar

 

O Hospital Unimed Piracicaba apresentou, no Shopping Piracicaba, um espaço conceito que desmistifica e incentiva um ato que salva vidas – a doação de órgãos. Com distribuição de informativos, pulseiras e adesivos, a iniciativa conta com o apoio da equipe de enfermagem da UTI Adulto do complexo hospitalar.


“Defendemos a importância da doação de órgãos e acreditamos que cada vida tem o potencial de ser uma nova história. Em parceria com o shopping, queremos sensibilizar o maior número de piracicabanos e mostrar que autorizar a doação é um ato de amor”, disse Carlos Joussef, presidente da cooperativa.



Desde 2016, o HU desenvolve o processo de captação e doação de órgãos e tecidos, em parceria com o hospital da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Neste período, a instituição médica já abriu 32 protocolos de morte encefálica, que beneficiaram mais de 50 pessoas. Entre os órgãos captados estão rins, córneas, fígados, pâncreas, ossos e tendões.



“Contamos com uma equipe de neurocirurgiões e enfermeiros, além do apoio do departamento de psicologia para abordagem familiar, sensibilização e captação de novos doadores”, contou Joselyne Prata, enfermeira responsável pela CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos Transplantados) do complexo hospitalar.



Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 57 mil pessoas aguardam a doação de um órgão. A maior demanda é por um rim e outras quase 26 mil precisam de um transplante de tecido, como a córnea. “Todos aguardam em uma lista única, que segue critérios para definir quem vai receber a doação, conforme prevê a Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e coordenada pelo Ministério da Saúde”, explicou Joselyne.



Nos primeiros meses deste ano, muitos pacientes deixaram a lista de espera. É que nunca houve tanta doação de órgãos na história do Brasil como no primeiro semestre. A taxa foi de 19 doadores por 1 milhão de habitantes. De janeiro a junho de 2023, o Brasil teve 1,9 mil doadores de órgãos, que geraram mais de 4 mil transplantes - aumento de 16% na comparação com o mesmo período de 2022, nas contas do Ministério da Saúde.



Conversa com a família


Uma conversa com a família pode salvar a vida de alguém que espera apenas por uma ligação para fazer um transplante. Apesar da ampliação da discussão sobre o tema nos últimos anos, graças ao incentivo do Ministério da Saúde, esse ainda é um assunto polêmico e de difícil entendimento para muitas pessoas, o que resulta em um alto índice de recusa familiar – atualmente, mais de 49% –, o que pode atrapalhar e reduzir os transplantes e doações de órgãos no país.


Entre os motivos que levam à resistência da família estão, principalmente, a desinformação sobre a necessidade da doação de ossos, tendões, peles, tecidos e órgãos para garantir a qualidade de vida de outras pessoas, além da incompreensão sobre o que é morte encefálica.



No Brasil, são os familiares dos pacientes que devem autorizar ou não a doação de órgãos ou tecidos e, por isso, é muito importante que a pessoa comunique aos parentes, ainda em vida, o desejo de ser um doador de órgãos.



A doação pode ser de órgãos (rins, intestino, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos (córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem). Órgãos como rim, partes do fígado e pulmão ou da medula óssea e sangue podem ser doados em vida, enquanto os demais só ocorrem quando há morte encefálica confirmada. Na parada cardiorrespiratória só pode ser doado os tecidos: córneas, pele e ossos.